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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Bienvenue dans ma réalité! (Bem vindo a minha realidade)

 
 
Bienvenue dans ma réalité!
(Bem vindo a minha realidade)
Outro dia me perguntaram: E como anda seu coração de poeta?
Neste instante eu fiquei sem palavras. Justo eu que sempre tenho resposta para tudo e todos e naquele momento eu realmente não tinha palavras para dizer.
Foi então que eu parei para pensar naquela pergunta e foi quando eu descobri que eu ainda tenho um coração que bate aqui dentro do peito.
Até aquele momento eu não havia percebido, e foi só depois daquela pergunta que me dei conta do que eu estava fazendo com os meus próprios sentimentos.
Sou uma mulher ativa, independente, cheia de sonhos a serem realizados. Sou uma mulher que luta pelo que quer e que corre atrás de todos os seus objetivos e consegue realiza-los um por um, não importa o tempo.
Sou uma mulher que ama a vida, que gosta de viajar, de sair por aí sem sentido, faço o que me dá na cabeça sem perguntar opinião. Essa sou eu, simples e complicada assim.
Sempre fui uma mulher apaixonada, sempre dei o devido valor pro meu coração e nunca fugi do amor, sempre dei as chances que ele merecia.
Acontece que, depois de um tempo sozinha e de alguns traumas que ainda me perseguem, eu acabei criando algumas barreiras pra não deixar ninguém chegar perto dele para que eu não tenha que costura-lo novamente e deixa-lo com mais uma cicatriz.
Chegou um momento na minha vida, que eu decidi deixa-lo quietinho para que eu não precisasse me preocupar com ele. Não que eu seja egoísta, mas assim, eu teria mais sossego e não teria que me preocupar em deixar o meu “quit costura coração” sempre por perto.
E assim eu fui vivendo, fui realizando meus sonhos, minhas vontades, meus desejos, correndo de um lado pro outro, me focando em meu trabalho, em minha carreira, nos meus estudos. Fui resolvendo meus problemas, sofrendo com as minhas dores sempre só.
Acabei que por instinto, fugindo do que poderia ser um lugar seguro, desperdiçando chances aqui, chances ali porque eu sabia que não iria dar certo, ou, porque eu esperava encontrar alguém tão perfeito que nenhum servia para mim.
Toda vez que um possível amor se aproximava, eu fugia, corria para dentro de mim mesma e dizia: Você vai passar por tudo novamente, melhor você ficar sozinha!
E eu sempre ouvia minha intuição.
Chances pro amor realmente não faltaram, mas, eu estava tão focada em outros objetivos que essa falta do amor era suprida por todos os meus outros desejos.
Não posso mentir, claro, que muitas vezes eu sentia uma carência que envolvia todo o meu ser (sou mulher, sou humana eu tenho sentimentos, pode parecer que não, mas tenho), mas, depois eu virava pro outro lado da cama, fechava meus olhos e dormia. No dia seguinte, diante do meu dia corrido, esquecia de tudo e me focava de novo no meu trabalho.
Eu não sou perfeita, minha vida não é perfeita, a vida de ninguém é perfeita (quase de ninguém)...
Eu não tenho muito dinheiro, eu vivo na simplicidade, não frequento os melhores restaurantes, os melhores shoppings e nem uso os melhores perfumes importados. Minhas roupas não são de marca, faço terapia (mas não sou louca), tenho meus traumas, meus medos  e tenho a vida mais maluca que alguém pode ter!
Diante de tudo que eu passei, da minha história e do meu passado, juntando as mágoas, as feridas, os traumas eu acabei deixando de lado o amor, deixei meu coração descansar por um tempo, como se eu tivesse feito um retiro com ele para que ele se curasse de tudo, mas, sinceramente, não funcionou.
Analisando melhor a pergunta que me fizeram, eu percebi que de uns anos pra cá, eu vivi para mim, para realizar os meus projetos de vida, para realizar os meus sonhos, para realizar os meus desejos, focada diretamente no meu trabalho e na minha carreira.
Consegui realizar sim alguns sonhos, mas, se for escrever um livro sobre essa etapa da minha vida, seria um livro de solidão, uma história de uma mulher que andou e percorreu todas as suas estradas e seus atalhos sozinha, sem nenhuma companhia, sem nenhuma emoção.
Se valeu à pena? Sim! Eu não me arrependo!
Se faria de novo? Não sei!
Deixei de lado o amor para seguir sozinha, dei pro meu coração o tempo que ele precisava.
Não que eu tenha desistido do amor, mas, eu quero encontrar alguém que realmente me faça bem, feliz, me faça sentir mulher novamente.
Quero alguém que não se importe se eu tenho ou não um carro, se eu uso ou não roupas caras, que não fique abismado porque eu nunca fiz uma viagem internacional aos 31 anos...
Quero alguém simples, que me entenda, que entenda a minha vida, que goste de mim e me admire por quem eu sou e não, por aquilo que eu não conquistei ainda aos 31 anos, nem todos tem a mesma oportunidade. Cada um de nós tem sua própria vida, sua própria história, o seu próprio destino. Uns nascem com dinheiro, com mais possibilidade de vida e outros, nascem para batalha, são guerreiros e não, reis.
Eu me enquadro no segundo “tipo”!
Quero alguém que entenda a minha vida e que me aceite como sou e com o que eu tenho materialmente, porque AMOR para distribuir dentro de mim não falta, e por mais que eu passe uma imagem de “super mulher”, na realidade, é só para me proteger do que pode me fazer mal.
Eu sou uma mulher sentimental, sensível, romântica.
Zaz, uma cantora francesa diz em sua música: Je Veux
Donnez moi une suite au Ritz, je n'en veux pas!
Me dê uma suíte no Ritz, eu não quero!
Des bijoux de chez CHANEL, je n'en veux pas!
Joias da Chanel, eu não quero!
Donnez moi une limousine, j'en ferais quoi?
Me dê uma limusine, o que é que eu faria?
Offrez moi du personnel, j'en ferais quoi?
Me dê empregados, o que é que eu faria?
Un manoir a Neufchâtel, ce n'est pas pour moi.
A mansão Neufchatel, isso não é para mim.
Offrez moi la Tour Eiffel, j'en ferais quoi?
Me dê a Torre Eiffel, o que é que eu faria?
Je Veux, d'l'amour, d'la joie, de la bonne humeur,
Eu quero amor, alegria, bom humor
ce n'est pas votre argent qui f'ra mon bonheur,
NÃO É O DINHEIRO QUE ME TRARÁ FELICIDADE
moi j'veux crever la main sur le coeur
Eu quero morrer com a mão no coração
bienvenue dans ma réalité !
Bem-vindo à minha realidade!
Zaz – Je Veux
Essa é a minha realidade: A simplicidade da vida!
Aquela pergunta que me fizeram, me fez refletir o quanto eu maltratei meu coração, o quanto eu o deixei de lado fazendo que ele não respirasse, sufocando todos os meus sentimentos.
Hoje, alguns dias depois, eu percebi que eu mereço ser feliz e fazer alguém feliz.
Hoje, eu espero e deixo meu coração aberto para as oportunidades (claro, não é qualquer oportunidade), tem que me aceitar do jeito que sou e com o que eu tenho a oferecer materialmente e espiritualmente, mas, estou aberta ao amor, a paixão e a esses sentimentos que sempre me fortaleceram e que sempre foram a minha fonte de inspiração.
Por Alexandra Collazo
29/10/2014

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Atalho para a felicidade (Caminho de pedras e de flores).


  
Atalho para a felicidade
(Caminho de pedras e de flores)
Para a amiga Juliana Junqueira
 
Na vida nós sempre podemos mais, na verdade, o segredo é sempre querermos mais. Temos sempre que querer o melhor, sermos o melhor naquilo que fazemos mesmo com os nossos defeitos. Sempre temos que querer alcançar e chegar no topo, no lugar mais alto da montanha.
 
Esse lugar difere para cada um de nós, afinal, o tamanho da nossa montanha é do tamanho que nós mesmos escolhemos. Cada um de nós sabe exatamente aonde quer chegar e o que ser na vida e então, é nesse momento que temos que correr atrás dos nossos sonhos para realizá-los.

 
O que não podemos fazer é deixar de caminhar, sendo a estrada mais calma, ou, mais curva, sempre temos que seguir em frente. Pedras no caminho sempre iremos encontrar mas, não podemos deixar com que elas nos desanime, pois, pode ter certeza que elas serão muitas e de vários tamanhos, se nos amedrontarmos com as pedras, faremos com que elas passem por cima de cada sonho nosso.

 
Cada um de nós tem um destino, temos que lutar freneticamente e diariamente para chegar onde quereremos e realizar os nossos sonhos e desejos, por este motivo nunca podemos achar que onde estamos está bom, não podemos estacionar na vida, a não ser que você já tenha alcançado o seu objetivo. Se achar que falta alguma coisa vá em busca dessa “coisa”, pois, ela pode ser a cereja do seu doce.

 
Se ainda não alcançamos nosso objetivo, temos que seguir confiantes e saber que sempre podemos fazer melhor, estar em algum lugar melhor, sermos melhores naquilo que fazemos. Temos que buscar nossa evolução espiritual e material e para isso, temos que caminhar em muitas estradas e atalhos diferentes.
 
 
A vida é dura, é complicada, é difícil de viver, principalmente em sociedade, pois, as pessoas são diferentes, com opiniões diversas das nossas, isso é bom, mas, muitas vezes, algumas dessas pessoas são as pedrinhas que encontramos em nosso caminho.
 
 
Temos que ter opinião, personalidade, sermos firmes em nossas decisões, se serão certas é o futuro que irá nos mostrar.
 
 
Quando a maturidade vai chegando com a idade, acabamos pensando mais vezes para tomarmos uma decisão, acabamos deixando aquela impulsividade da adolescência de lado, mais longe de nós, ou, até mesmo esquecida em algum lugar do nosso ser, e com isto, muitas vezes, acabamos ficando estacionados onde estamos, pelo simples medo de conhecer o novo, o desafio que a dúvida e a incerteza nos trás faz com que fiquemos presos no medo do futuro.
   
Ficamos presos em um emprego que já não está nos fazendo bem, que já não é mais aquilo que um dia foi o que queríamos pelo simples fato de acharmos que não iremos encontrar um melhor, ou, que não vão nos pagar aquilo que queremos e que merecemos, ou, ficamos presos a um relacionamento por pura paura da solidão.
   
É certo, claro, que a impulsividade nos faz muitas vezes quebrar a cara, como também, as decisões mais pensadas as vezes não são as melhores, tudo é um risco, o risco do jogo da vida. Temos que ter a impulsividade guardada naquele cantinho da alma onde ficam guardados nossos defeitos e temos que ir visitá-los de vez em quando. Como já diz nosso grande poeta Oswaldo Montenegro: “Quantos defeitos sanados com o tempo era o melhor que havia em você”.

 Não podemos estacionar por pura comodidade, do contrário, prendemos nosso futuro e nossos sonhos em um presente que já não vai dar em nada.
   
Sempre devemos arriscar, mudar, conhecer o desconhecido e deixar com que o novo nos mostre o futuro que está ali quietinho esperando por nós.
   
Se nós soubéssemos usar a força interna que temos, faríamos muito mais do que fazemos e é nessa força que temos que nos agarrar para seguir em frente, ela é nosso alicerce.
   
 Fernando Pessoa, um dos nossos maiores poetas, já diz em seu poema felicidade:
 
 
 “Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário

 Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas

 Se achar que precisa voltar, volte

 Se perceber que precisa seguir, siga

 Se tudo estiver errado, comece novamente...”
 
 
Fernando Pessoa, neste curto e pequeno poema de palavras simples e singelas, resume o que pra mim é o segredo da felicidade (cada um tem sua opinião sobre a felicidade). Sempre temos que seguir em frente sem ter medo de nos desfazer daquilo que já não nos faz bem, daquilo que estamos acostumados a ter e que achamos que é o melhor para nós. Muitas vezes, já não é mais amor e sim, apenas o costume de ter a posse daquilo que estamos acostumados a ter todos os dias, mas que no fundo, já não nos faz mais seguir em frente.
   
Se um dia você pensou em deixar algo para trás, certamente, é porque já não te faz feliz. Quando estamos felizes, não pensamos em deixar nada para trás, não pensamos em nos desfazer de nada ou de alguém. Aquilo que nos faz feliz, nos eleva.
   
Temos que caminhar livres, leves, sem muitos pesos nas costas. Já carregamos nossos traumas, nossas lembranças, as dores de amores, algumas decepções que nos marcam, as alegrias, as tristezas, as perdas, as conquistas... Coisas que sempre irão nos seguir, sempre irão nos acompanhar, pois, existem coisas, situações, pessoas que são inesquecíveis e que sempre seguirão com a gente. A estrada já é longa demais, tem muitas curvas, pode ser densa, pode ser estreita ou larga, nunca sabemos, se levarmos muito peso não conseguiremos chegar ao nosso destino, nossa história ficará pesada demais.
 
  Livre-se daquilo que não te faz bem e comece por hoje, por agora, nesse minuto e você vai ver como conseguirá seguir mais leve, mais tranquilo por seu caminho de pedras e de flores.
 Por Alexandra Collazo