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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Estar aqui! (Fui ao Rio de Janeiro espantar a solidão)




 
Estar aqui! (Fui ao Rio de Janeiro espantar a solidão)
Estar de volta neste lugar depois de tanto tempo, depois de tudo que aconteceu é voltar no tempo das lembranças e ver que o destino sabe o que faz!
Eu tinha quase certeza de que não voltaria aqui tão cedo, apesar de ser tão tarde...quase um ano!
Hoje, estar aqui sentada neste banco me trás novas sensações, novas emoções, uma paz diferente, uma tranquilidade na alma junto com a ansiedade do novo que me espera e não daquilo de sempre.
Hoje, nesta madrugada, as estrelas que verei da minha janela serão as mesmas de antes, mas, estarão em órbitas diferentes, terão o mesmo brilho, mas, estarão mais perto.
A parte da viagem que eu mais gosto é essa, de poder contemplar as estrelas.
As estrelas são tantas que por muitas vezes não se consegue ver a escuridão do céu.
Me lembro da primeira vez que fui ao Rio de Janeiro. Fiquei hospedada em Botafogo, e foi aí que me apaixonei pelo Rio, não sei explicar sua beleza delicada.
A baía de Botafogo é linda, é o meu refúgio, sempre! Me trás a paz que eu tanto busco e preciso.
Os barquinhos (como eu costumava dizer) ancorados na baía dão o charme ao local e me encantam a cada vez que eu volto, só que dessa vez, os barcos da baía serão os mesmos, mas, hoje estarão em outra direção.
O Jardim Botânico! Não tenho palavras para descrever sua beleza imperial. Suas orquídeas tão lindas e tão charmosas, também serão as mesmas, porém, mais coloridas.
O mar de Copacabana e Ipanema continuará lindo, mas, hoje acolherá apenas um!
Sem falar dos museus do Centro da Cidade! Como me agradam, sendo eu uma pessoa apaixonada por história.
O que dizer do pôr do sol do arpoador? Esse nunca mudará, irá trazer (para mim) a mesma beleza da solidão de sempre.
Hoje, volto ao Rio de Janeiro para espantar a solidão e renovar minha energia sentada na baía de Botafogo, me inspirando para compor meus versos e compor minha vida!
Por Alexandra Collazo.
Abril/2014

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Nem tudo que parece, é!


 
Nem tudo que parece, é!

Martha Medeiros sempre foi uma escritora que me emocionou muito com suas crônicas.
Ela acabou de lançar um combo com três livros: Liberdade crônica, Paixão crônica e, Felicidade crônica, que é o que eu estou lendo no momento.
Em um certo momento do livro, um título me chamou muito a atenção: Um poema filmado,  mas, por incrível que possa parecer, foi a crônica seguinte que me tocou muito: O isopor e a neve.
Nesta crônica, Martha relata um fato que ela presenciou em uma tarde de Novembro nas ruas de Porto Alegre, em um dia útil.
Martha descreve que estava parada no farol aguardando para atravessar a rua quando, um caminhão deixou cair em plena rua, um saco de isopor e, que conforme os carros passavam por cima daquele saco o isopor ia se desfazendo em películas e se movimentando para cima e para os lados bem devagar.
Relata ainda, que para ela, aqueles pequenos grãos brancos em movimento em plena rua, não eram isopor subindo e se desfazendo e sim, neve caindo, como se ela estivesse em pleno inverno da Europa, e menciona ainda, que naquele instante, pensou até em estar ouvindo música clássica.
Lembro-me claramente, como se fosse hoje, de um fato que ocorreu comigo que foi muito parecido.
Eu estava em uma cafeteria, em um sábado ensolarado aguardando dar o horário da minha aula e italiano, quando, de repente, eu vi nitidamente que na espuma do meu café com leite, havia se formado um coração. Imediatamente, eu fiz questão de registrar aquele momento único e logo depois, em menos de alguns minutos eu já havia feito um poema, pois, naquela tarde, aquele coração me inspirou.
Eu não sou uma pessoa virtual, não sou muito boa com redes sociais, e a única que eu ainda utilizo é o Facebook para divulgar o meu trabalho como escritora ainda amadora.
Quem me conhece sabe que não sou de postar fotos, sejam elas particulares ou qualquer outro tipo de foto, principalmente, as de comidas e etc. Mas, neste caso, como toda regra tem sua exceção, eu tirei uma foto daquele “coração” que havia se formado na minha xícara e postei com a seguinte legenda: Um coração se formou no meu café, que lindo!
Um dos comentários me chamou muito a atenção, dizia: “Que bom que tens olhos de poeta para enxergar o coração em todas as coisas”.
Ao ler a crônica de Martha Madeiros, me lembrei desse momento poético que tive naquela tarde ensolarada de sábado na cafeteria.
Será que a neve (que era isopor) que Martha Medeiros em um dia de verão de Porto Alegre viu, foi só ela que enxergou com seus olhos e alma de escritora?
Será que se eu tivesse mostrado para alguém o coração que havia se formado no  meu café, alguém também iria ver, ou, me chamariam de louca?
Fato é, que em nossa vida cotidiana, sempre iremos nos deparar com neves de isopor, que não são neves, com corações em xícaras de café que não são corações, com ovelhinhas que se formam nas nuvens que não são ovelhinhas, com o canto dos passarinhos que parecem uma sinfonia instrumental em meio ao caos. Mas, será que iremos reparar nesses pequenos detalhes?
Tudo depende do momento em que estamos vivendo, do que nos permitimos querer ver e ouvir.
Não precisa ter alma de escritor ou de poeta para enxergar a beleza que se forma nas coisas simples da vida, do cotidiano, basta abrirmos os olhos e os ouvidos, escutar e enxergar com a alma o que a vida tem de melhor e o que ela nos dá de presente: o momento e a beleza da vida!
Por Alexandra Collazo
23/11/2014