Translate

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

No que a vida me transformou



No que a vida me transformou

Hoje, dia 05 de janeiro de 2017 completei 34 anos e, dentre todas as mensagens de felicitações que eu recebi, uma delas me fez refletir no que a vida me transformou. Recebi a mensagem de uma grande amiga. Nos conhecemos no colégio no ano de 1998 e desde então nossa amizade permanece.

A mensagem dizia: " Ale! Parabéns! Sabe que te amo como uma irmã e sinto sua falta. Sinto falta principalmente das suas gargalhadas que eram únicas".

E eram mesmo! Tenho que admitir!

Ao ler a mensagem imediatamente eu percebi o quanto a vida havia me transformado desde os meus 15 anos (1998), pois, eu comecei a fazer as contas e foi impossível determinar a última vez em que eu dei uma gargalhada daquelas que minha amiga mencionou. E olha que qualquer coisa era motivo para eu cair na risada!

Muito provavelmente, minha última gargalhada foi antes do ano de 2004, pois, foi nesse ano que eu tive uma perda irreparável na vida. O falecimento da minha avó!

O câncer levou minha avó, a tirou de nós! Foi uma grande perda para mim e para minha família e de lá para cá, minha vida mudou totalmente em todos os sentidos.

Todos nós temos os nossos "anos doutorados", que são aqueles anos, aquela época que ficarão marcados em nossas vidas e, eu também tive. Os meus "anos dourados" foi no período de 1998 até 2004.

Nessa época, apesar de já ter uma vida de adulto, pois, eu já trabalhava, estudava a noite e já não tinha horário para chegar em casa quando eu saía com meus amigos, eu não tinha certas preocupações, exceto, a turbulenta separação dos meus pais quando eu tinha apenas 2 anos. Mas, no mais, eu levava uma vida tranquila. Morava em um bairro bom da Capital de São Paulo, na Zona Oeste, mais precisamente no bairro da Pompéia, tinha minha família sempre por perto, uma casa própria para morar (eu tinha) e tinha meus amigos. Amigos esses que permanecem até hoje na minha vida.

A mensagem dessa minha amiga, me fez lembrar das minhas gargalhadas. Me fez lembrar daquele tempo com meus amigos, de como eu era alegre e ao mesmo tempo introspectiva. Me recordei do modo que eu enxergava a vida, do ângulo que eu via as coisas, os problemas. Me lembrei de como eu tinha a capacidade de ver o lado positivo das situações diárias e cotidianas. Não só as minhas, mas, as dos meus amigos também. Eu estava sempre do lado positivo de tudo.

Essa minha alegria também era transmitida para alguns parentes mais próximos que conviviam comigo diariamente.

Eu achava que a vida seria daquele jeitinho para sempre. Doce ilusão! Claro que não foi desse jeito que aconteceu, tendo em vista, que é natural que a vida tome rumos diferentes e tem que tomar mesmo. Temos que evoluir e foi então, que começaram a surgir as perdas e decepções na minha vida. 

A primeira delas, aconteceu quando eu tinha apenas 19 anos. Foi quando terminei um relacionamento de 2 anos. Apesar da tenra idade foi uma perda bem significante e dolorosa na época para mim. Mas, a vida continuou e as gargalhadas também!

Porém, em abril de 2004, mais precisamente no dia 24, minha avó materna veio a falecer. Foi a perda mais difícil da minha vida e até hoje não superei. Nesse dia, eu e minha família perdemos parte de nós, perdemos o ar que nos fazia respirar, mas, eu perdi também a minha ALMA!

Eu já tinha uma pequena prévia do que aconteceria comigo,com minha mãe e com meu irmão se um dia minha avó viesse a falecer, mas, não poderia imaginar o impacto real que esse acontecimento teria em nossas vidas.

Depois do falecimento da minha avó, eu eu minha família passamos por tantas situações e tantos problemas (e quando falo de situações difíceis e problemas sérios, não estou falando de término de relacionamento) e sim, de situações que não desejo nem para o meu pior inimigo. Minha segunda perda, não menos dolorosa, foi o falecimento do meu pai que também contraiu um câncer.

Todas as situações pelas quais passei e, não estou falando apenas das mortes e sim, das consequências que essas perdas trouxeram para minha vida, me tornaram um ser humano muito mais centrado em crescer na vida, uma pessoa séria, mais introspectiva do que eu já era. Me tornei uma pessoa fria e calculista, sem muitos motivos para gargalhadas, no máximo um sorriso!

Nem mesmo pessoas mais próximas e íntimas hoje, presenciaram essa tal gargalhada que minha amiga mencionou e que todos gostavam, poque simplesmente a vida endureceu as minhas emoções.

Foi no que a vida me transformou!

Alexandra Collazo!